Museu de eletrônicos reúne relíquias que a Geração Z desconhece
Nascidos entre 1995 e 2010, a GenZ sabe tudo de internet mas não sabe usar computador de mesa, CD-ROM e outros avanços que já se tornaram passado
Parece pegadinha, mas os modernos computadores já se tornaram antiguidade para a Geração Z. Dados da pesquisa TIC Domicílios de 2023 mostram que, embora imersa em um mundo conectado, os nascidos entre 1995 e 2010, dominam os dispositivos móveis, mas não os computadores e os softwares profissionais utilizados nas empresas. O fato é que a tendência ilustra uma questão simples: toda novidade um dia se torna obsoleta.
Em São Paulo, a cooperativa de lixo eletrônico, Coopermiti mantêm um museu de antiguidades tecnológicas, para ensinar às novas gerações e reviver com as gerações passadas, um pouco da história do consumo de bens eletroeletrônicos, cultura digital, e, principalmente, sobre a importância do descarte consciente destes aparelhos que, um dia, já foram sonho de consumo para muitas famílias, assim como os smartphones são hoje.
Diariamente, a Coopermiti recebe diversos aparelhos descartados e, entre eles, muitas vezes encontram verdadeiros tesouros que ajudam a remontar a história da tecnologia – tanto que viraram peça de museu. Atari 2600, Telejogo, Máquina de Datilografia e Telefone Telesp, são velhos conhecidos de quem viveu os anos 80, mas para as crianças e adolescentes são novidades. Todo o acervo fica localizado no galpão da Coopermiti, em São Paulo. A cooperativa leva a exposição itinerante para escolas, eventos e empresas, para alertar sobre as práticas de descarte consciente
"Muitas pessoas se assustam em como a tecnologia se transforma rapidamente, mas queremos destacar que essa velocidade significa mais lixo eletrônico. A cada lançamento, os modelos antigos são descartados, mas o real problema é que isso raramente é feito de maneira regular e sustentável. O e-lixo é nocivo à natureza e não deve ser jogado no lixo comum, tem local certo para o descarte", afirma Alex Pereira, presidente da Coopermiti.
Tecnologias do passado
Para Alex Pereira, o mais surpreendente é perceber que as crianças e adolescentes quando têm acesso às peças do museu não fazem ideia do que são alguns aparelhos, mas assim que descobrem para que servem, acham a tecnologia supermoderna. "Elas entendem o funcionamento de um programa digital de música, mas é difícil explicar como a agulha da vitrola faz tocar a música de um disco de vinil", conta.
A garotada entende que toda tecnologia vira passado em determinado momento, e, por isso, é importante conscientizar toda a família que componentes eletrônicos expostos em aterros sanitários ou mesmo em pontos de descarte irregular podem liberar substâncias tóxicas no solo e impedir o reaproveitamento de materiais pela indústria, o que diminuiria o impacto ambiental e a extração de elementos, como ferro, alumínio, ouro, utilizados nos sistemas eletrônicos.
Museu Itinerante
Para conhecer as relíquias guardadas no museu, a Coopermiti oferece o Museu Itinerante que passeia por creches, escolas, feiras e eventos, promovendo a conscientização sobre a importância de descartar corretamente eletrônicos - que não podem se misturar ao lixo comum. "O legal é que os visitantes acabam se tornando agentes de transformação em casa e na vizinhança, aliados de um futuro sustentável", aponta o presidente da cooperativa que atua na cidade de São Paulo desde 2010.
O serviço oferecido pela Coopermiti ainda utiliza a arte para sensibilizar sobre a importância dos temas da sustentabilidade e reciclagem. Através de uma oficina com materiais que antes iriam parar no lixo, a Cooperativa ensina que com um pouco de atenção e cuidado, os objetos podem ser reaproveitados.
A Coopermiti também disponibiliza fotos das peças no Museu em seu site: https://coopermiti.com.br/museu-menu/